Devemos consumir sal? Sal faz mal? Sal marinho é melhor que o sal refinado? Nosso organismo precisa de sal?
Nosso paladar se adaptou tanto a ele que o consumo se tornou
excessivo. Uma pesquisa recente do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa
do Consumidor) sobre fast-food encontrou sanduíches cujas unidades
oferecem quase 80% do sódio recomendado por dia.
A primeira dica para reduzir a quantidade de sal é valorizar ervas e
condimentos que acentuam os sabores. Afinal, “sem sal” não precisa ser
sinônimo de “sem graça”. O ser humano não pode viver sem o sal.
Biologistas afirmam freqüentemente a importância do cloreto de sódio
para a manutenção do metabolismo e do equilíbrio do sistema imunológico,
ou de defesa.
Existe muita confusão, no entanto, quanto ao uso do sal marinho puro e
do sal refinado, sendo que o primeiro é o que contém elementos
importantes e o segundo é prejudicial.
QUAL É MELHOR?
O sal marinho contém cerca de 84 elementos que são, não obstante,
eliminados ou extraídos para a comercialização durante o processo
industrial para a produção do sal refinado. Perde-se então enxofre,
bromo, magnésio, cálcio e outros menos importantes, que, no entanto,
representam excelente fonte de lucros. Uma indústria que esteja lucrando
com a extração desses elementos do sal bruto é geralmente poderosa e
possui a sua forma de controle sobre as autoridades. É claro que será
então dada muita ênfase a importância do sal refinado empobrecido e
pouca ao sal puro e integral.
Existem problemas também não observados quanto à adição de iodo
artificial no sal refinado. Os aditivos iodados oxidam rapidamente
quando expostos à luz. Assim, a dextrose é adicionada como
estabilizante, porém, combinada com o iodeto de potássio, produz no sal
de mesa uma inconveniente cor roxa, o que exige então a adição de
alvejantes como o carbonato de sódio, grande provocador de cálculos
renais e biliares, conforme vários estudos científicos. Este produto
existe em quantidades descontroladas no sal refinado, pois é impossível a
sua distribuição uniforme. Produz cálculos em animais de laboratório,
quando usado diariamente em quantidades um pouco inferiores as
encontradas habitualmente no sal de cozinha.
Também no processo de lavagem são eliminados componentes como o plâncton (nutriente), o krill
(pequeno camarão invisível, alimento básico das baleias) e esqueletos
de animais marinhos invisíveis. De certa forma, em pequenas quantidades,
estes fatores fornecem importantes oligoelementos como zinco, cobre,
molibdênio etc., além de cálcio natural.
Na industrialização do sal, freqüentemente é feita, então, uma
lavagem a quente para “clarear” o produto, perdendo-se aí a maior parte
dos seus macro e micro elementos essenciais, a maior parte deles úteis
na ativação e figuração de enzimas e coenzimas. A utilização do vácuo
durante o processo auxilia também a perda de elementos.
ALGUMAS DIFERENÇAS
Sal marinho - O sal marinho é mais recomendado
porque é obtido pela evaporação da água do mar, o que o torna mais puro.
Este tipo de sal não passa pelo processo de refinamento. O sal marinho é
mais escuro e seu sabor é menos salgado que o do refinado. Na maior
parte do mundo, o sal marinho é mais caro que o sal de mesa. Entretanto,
no Brasil, em função da escala de produção, é o tipo mais comum e
barato.
Por não ser refinado, o sal marinho mantém os microminerais que
geralmente são removidos durante o processo de refinação, inclusive o
iodo. O sal marinho pode ser grosso, fino ou em flocos. Pode ser branco,
rosa, preto, cinza ou de uma combinação de cores, dependendo do lugar
de onde vem e dos minerais contidos nele.
Alguns amantes da culinária afirmam que quantidades mais altas de
microminerais podem deixar os sais marinhos com um sabor único e
natural. Outros dizem que o sabor é o mesmo, mas que as cores e texturas
diferentes podem fazer a diferença na aparência dos pratos. É mais
saudável que o sal refinado.
Sal de cozinha - O sal de mesa é refinado e
basicamente purificado a partir do sal marinho ou obtido de sal rochoso
(halite), um mineral obtido por mineração de minas de sal. Este tipo de
sal contém aditivos como iodetos (usados como suplemento alimentar) e
vários agentes antiaglomerantes. Ele é processado para remover impurezas
e contém antiaglutinantes como o fosfato de cálcio. Ao ser refinado o
sal perde boa quantidade de minerais, e por isso, é acrescido de iodo,
que é utilizado para prevenir o bócio (crescimento anormal da glândula
tireóide), como uma medida de saúde pública.
IMPORTANTE
Ao chegar à nossa circulação, o sódio interfere na pressão osmótica. A
osmose é o transporte de água através de uma membrana semipermeável
que, de forma passiva – sem gasto de energia, leva a água do meio menos
concentrado (hipotônico) para aquele mais concentrado (hipertônico).
Assim, quando temos muito sal na circulação (meio hipertônico), nosso
sangue passa a reter água vinda de outras células (meio hipotônico). É
como se tentássemos diluir esse excesso de sal, buscando um equilíbrio.
Dessa forma, aumentamos o volume sanguíneo e, consequentemente, a sua
pressão – força aplicada em uma área. A pressão arterial é determinada
pelo volume do sangue e pela resistência que as pequenas ramificações
das artérias – chamadas arteríolas – oferecem a esse fluxo. Se o volume
aumenta e os caminhos percorridos por ele se mantêm inalterados, a
pressão sobe.
Para agravar o problema e intensificar ainda mais a pressão do
sistema,o aumento na concentração de sódio faz com que as paredes das
arteríolas se contraiam, restringindo seu calibre, aumentando
significativamente a resistência à passagem do fluxo sanguíneo.
O aumento da pressão sobrecarrega não só o coração, mas também os
rins, que têm uma capacidade limitada para filtrar e excretar o sal.
Quando o consumo é muito alto, eles podem ter seu funcionamento
comprometido. O excesso de sal aumenta, ainda, os riscos de formação de
pequenas “pedras” nos rins, os cálculos renais.
Tanto o consumo excessivo de sal quanto a ausência total do elemento
podem provocar alterações prejudiciais ao organismo. Busque o equilíbrio
e qualidade em sua alimentação para o bem de sua saúde!
http://www.semglutensemlactose.com/artigos-nutricao-dicas/a-importancia-e-as-diferencas-do-sal/
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