Caspa no inverno!!!
As
glândulas sebáceas produzem mais oleosidade nessa época do ano. (Foto:
ThinkStock) Um coceira sem fim na cabeça e pontinhos brancos na roupa? Pode
apostar: é caspa. Assim popularmente conhecida, a doença tem nome e sobrenome:
dermatite seborreica. É uma inflamação que acomete principalmente o couro
cabeludo mas também pode ocorrer na face, sobrancelha, nariz, orelha, peito,
costas e virilha. Fungos, estresse e falta de vitaminas são algumas das causas
da doença que tira o sono de 40% dos brasileiros e tende a se agravar na
estação mais fria do ano.
E você
sabe porque a incidência de caspa é maior no inverno? De acordo com a
dermatologista Miriam
Sabino, isso
acontece porque as glândulas sebáceas produzem mais oleosidade nessa época para
que o couro cabeludo esteja protegido das agressões do frio, vento, etc. Então,
você pode estar batendo o queixo: nem pense em diminuir a higienização dos
cabelos. Lavá-los ajuda a remover os resíduos, agentes poluentes e a eliminar
as células mortas. Normalmente a descamação não seria perceptível, por ser
muito fina. Por outro lado, quando começa a ficar mais intensa, com a perda de
pedaços maiores da pele, alerta vermelho!
Apesar de
não ser contagiosa, todo mundo pode ter caspa. No entanto, a incidência é maior
em pessoas predispostas. "Pessoas com algumas doenças do couro cabeludo
como psoríase, falta de vitaminas e óleos essenciais, presença de foliculites
ou infecção por fungos têm uma tendência maior a desenvolver caspa",
explica Miriam. Pessoas portadoras de doenças como Parkinson, epilepsia,
injúria supraorbital, paralisia facial, poliomielite, siringomielia e
quadriplegia também são propensos a ter a doença, conforme pontua o diretor da Sociedade Brasileira
do Cabelo, diretor
da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínico Cirúrgica e professor da
Associação Pele Saudável, Adriano Almeida."O estresse emocional favorece
a doença, assim como o consumo de álcool", avisa.
Algumas
práticas típicas do inverno como banhos extremamente quentes e uso de secadores
ou chapinhas com maior frequência também ajudam a piorar o quadro. Produtos
inadequados e esfregação com as unhas na hora de lavar o cabelo podem
transformar uma pequena coceirinha em um grande problema. "Isso pode evoluir
para inflamação do couro cabeludo, com proliferação de bactérias e fungos, o
que acarretará coceira intensa e formação de crostas", pontua Miriam.
Não
existe cura para a caspa, mas tratamentos ajudam a minimizar o quadro. Segundo
Adriano, os xampus anticaspa são eficazes. No entanto, somente um
dermatologista vai poder apontar a melhor solução para o problema. Não se
esqueça de que cada caso é um caso. "O produto utilizado pelo amigo pode
ser ineficaz para você", alerta Miriam. E isso faz todo o sentido. Há xampus
que contêm antifúngicos, outros atuam na diminuição da inflamação da pele do
couro cabeludo. Há, ainda, produtos com ácido salicílico e mentol com funções
de diminuir a descamação e a coceira.
Adriano
diz que a alimentação ser aliada ou vilã em relação ao quadro de caspa. "A
dermatite seborreica pode melhorar com dietas ricas em frutas, verduras e
proteínas", orienta. Mas, como no inverno a tendência é abusar das
gorduras e carboidratos, o dermatologista faz um alerta: alimentação rica
nesses compostos pode piorar a doença. Já alimentos ricos em zinco podem ajudar
em quadro chamado seborreico-símile que, como o nome diz, apresenta um cenário
semelhante de descamação da pele. Hidratação é sempre importante. Portanto, não
deixe seu organismo carente de água.
Os
alimentos podem auxiliar no tratamento tanto por dentro quanto por fora!
Aproveitando a deixa, o dermatologista ensina a fazer uma máscara com produtos
naturais para minimizar os efeitos da caspa. "Bata no liquidificador meio
abacaxi, uma colher de chá de óleo de soja ou amendoim e 250 ml de chá de
camomila. Aplique no couro cabeludo massageando bem e deixe por 20
minutos", explica Adriano.
Veja as dicas que os especialistas Adriano Almeida e Miriam
Sabino prepararam para te ajudar a usar roupa preta nessa época do ano, sem
preocupar com o pó branco nos ombros:
- Evite tomar banho e lavar os cabelos com água muito quente. Isso acaba ressecando o couro cabeludo que, para se defender, faz com que as glândulas sebáceas entrem em ação, produzindo mais oleosidade. Nesse cenário, pode aparecer o Malassezia furfur, um tipo de fungo que piora o quadro de caspa;
- Não durma com o cabelo molhado e evite deixá-lo úmido abafado ou preso. Usar gorros pode ser uma boa para fugir do frio mas vai agravar o quadro pois tornam o ambiente favorável ao desenvolvimento de bactérias e fungos;
- Evite o uso de secadores de cabelo. Caso não tenha como deixar o apetrecho de lado, diminua a temperatura. Chapinhas também não são aconselháveis;
- Controle o estresse. Os hormônios do estresse atuam diretamente sobre a glândula sebácea, levando a uma maior produção de sebo.
- Evite uso de álcool. A bebida alcoólica inibe a atividade de algumas vitaminas do complexo B, que agem na raiz dos cabelos. Essa é a causa do desequilíbrio das glândulas sebáceas que passam a funcionar mais, gerando uma hipersecreção que se deposita na superfície do couro cabeludo, formando a caspa;
- Procure utilizar condicionadores e produtos protetores de pontas duplas somente na extensão do cabelo, evitando as raízes. A preocupação da maioria das pessoas é com os fios e isso leva a uma enorme negligência com o couro cabeludo. Os especialistas alertam que a pele do couro cabeludo é a base do cabelo e que dele depende a saúde de todos os fios;
- Cuide para que nessa época não haja abuso de produtos químicos no cabelo, pois o tempo seco favorece a propensão para irritações;
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